A vida é minha, e eu conto ela do jeito que eu quiser!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Desorganização

Sim, eu sempre fui assim.
Não há como negar sua natureza
Quarto desarrumado e escrivaninha cheia de papéis
Bichos de pelúcia e escova de cabelo
Estante sem ordem nas prateleiras
O chão sem ter chão para pisar.
Mas isso não é nada.
Não, nem chega perto.
Diário desorganizado
Dias pulados, ou os dias de trás para frente
Sem ordem alguma
Palavras também bagunçadas
Que juntas podem até fazer sentido, mas não deveriam estar ali.
Narradores desorganizados
Meus eus-líricos se alternando aleatoriamente.

Hoje piso no quarto que tem chão para pisar.
Pego o livro na estante no lugar certo,
A cama arrumada, sem nada em cima
A escrivaninha sem o amontoado de papel
O diário em sequência dos dias
As palavras fazendo combinações líricas
Os narradores se alternando corretamente.
Mudei meus hábitos.
Sim, os tenho novos,
E mudei-os por um só motivo:
Mudar meu hábito interior, que permanece o mesmo:
Desorganizado.
Sentimentos confusos, contrários
Por pessoas erradas e certas
Da noite pro dia, do dia pra noite
Alternância entre amor e ódio
Aleatoriamente escolhendo pessoas para sentir
O que eu deveria somente sentir por uma
O choro, o riso
Por diversas razões em conjunto
Razões embaçadas, fora de ordem
Não, não mudei.
Sempre serei a mesma bagunceira
Que desarruma sozinha e com facilidade seu próprio interior
E não sabe arrumar depois,
Desorganizada.

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